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Lutando contra a reserva: a vida de Alemão na Overwatch League

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Existe uma conta no Twitter cuja única finalidade é avisar se o brasileiro Renan “Alemão” Moretto subiu no palco da Overwatch League. Simples e direto, “O Alemão jogou hoje?” há várias semanas só publica a mesma palavra: “não”. Mas, quando eu sentei no confortável sofá da Blizzard Arena após uma complicada derrota contra a Washington Justice, o atual suporte da Boston Uprising contou um dos seus maiores objetivos nas últimas semanas. “Eu espero que um dia ele digite sim”.

Internacionalizado como um dos grandes destaques da seleção brasileira na Copa do Mundo de Overwatch em 2018 e posteriormente chamado para vestir o uniforme azul na principal liga da Blizzard, Alemão ainda não teve muitas oportunidades de assumir o suporte titular da Boston Uprising nas partidas oficiais. Sua única aparição foi na estreia da segunda temporada, quando o brasileiro jogou os dois primeiros mapas de uma disputa contra a New York Excelsior.

Durante a conversa com o Mais Esports, Alemão explicou que a sua ausência depende de muitos fatores. “Não que eu esteja jogando mal nos treinos ou essas coisas, mas eu acho que o Kellex tem uma perfomance mais sólida. E ao meu ver os coaches preferem colocar ele por causa disso”, comenta, referindo ao dinamarquês Kristian “Kellex” Keller, que ocupa a mesma função que o brasileiro.

“Eu acho que quando eu cheguei aqui eu demorei um pouco para pegar no ritmo, sabe”, continuou. “Eu nunca tinha jogado em um time novo. Todos os times que eu joguei de Overwatch foram meus amigos desde 2016 porque a gente comprou o jogo junto e falou ‘vamos jogar, vamos jogar’, montamos o time e deu certo. Eu sempre estava em volta de amigos, de pessoal que eu confiava.”

“Aí de repente trocou tudo, eu tô jogando com um monte de gente que eu não conheço, não sei de onde eles vieram, eu demorei um pouco pra acostumar. Eu acho que isso foi o que mais impactou”, explica, revelando que está aprendendo e melhorando muito para, quem sabe, aparecer mais no Stage 3 e no Stage 4.

Embora muitos brasileiros estejam impacientes e alguns até critiquem a atuação do “outro Lúcio” da Boston Uprising, Alemão foi bem direto sobre sua relação com o dinamarquês. “A gente tem uma relação bem amigável. Não é porque ele é o titular e eu sou o substituto, ou se acontecer o vice-versa, que a gente vai ter uma relação ruim. Todo mundo me trata muito bem, especialmente ele, mas é tranquilo. A gente discute mesmo, com os coaches principalmente, e sempre pra melhorar o time, não o jogador”, completa.

As duas primeiras fases da Boston Uprising também não ajudaram. No Stage 1, a equipe se classificou para os playoffs mas perdeu de cara por três mapas a zero contra o time campeão daquela ocasião, a Vancouver Titans. Na sequência da temporada, o time não chegou nas eliminatórias.

“Acho que a gente no começo tava bem desequilibrado. Tava faltando sinergia no time, todo mundo era novo, o Fusions chegou dois dias antes do Stage começar e de lá pra cá a gente melhorou bastante. A gente ganhou da Gladiators, hoje infelizmente a gente perdeu. O time não jogou bem, mas infelizmente tem dia bom e tem dia ruim, é coisa de esportes mesmo. Não dá pra você chegar aqui e achar que vai jogar 100%”, afirma.

A vida de treinos para a Overwatch League

“E eu como jogador, mano, eu melhorei bastante”, reforçou ele durante a conversa. “O nível daqui comparado com o nível sul-americano é bem diferente. O ritmo é outro. Aqui você tem muito mais estrutura, você pode ficar 100% no jogo, você não precisa ir na faculdade, você não precisa trabalhar, você pode trabalhar no jogo”.

Alemão explicou também um pouco da sua rotina. Todos moram em apartamentos e chegam na casa da equipe para treinar por volta das 11 horas da manhã. A partir daí, são quatro horas de treino e scrims, além de mais uma ou duas horas de revisão das partidas. Eles só saem de lá na parte da noite, por volta das 20h.

Mas há quem diga que falta um tempero brasileiro nessa rotina. “Sinto muita falta da comida do Brasil”, esboçando aquele sorriso de fome ao confirmar as saudades do arroz e feijão. “A gente tem o cozinheiro na casa, ele cozinha bem, faz comida saudável né, mas a comida aqui é diferente. Aqui não tem o arroz, a batata frita, uma picanha”, e não duvido que tenha mentalizado um bom churrasco nesse momento.

“A comida da minha mãe é o que mais estou sentindo falta, sabe. Minha mãe faz o melhor strogonoff do mundo, e eu sinto falta de comer strogonoff. Pastel, mano, tô com muita vontade de comer pastel”. Daqueles bem de feira mesmo… Até porque ele confirmou que não conseguiria se virar com alguma comida brasileira na cozinha da equipe.

“Só sei cozinhar arroz. Se me deixar ali eu não vou saber fazer nada”, reforçou, sorrindo mais uma vez.

Apoio ao Overwatch brasileiro

Durante a conversa, Alemão não escondeu o quanto os jogadores brasileiros tem condições de entrarem em um time da Overwatch League. “Na América do Sul todo mundo tem potencial para estar aqui. Principalmente os meninos que jogaram comigo na seleção do ano passado, o Liko, o Honorato, o Neil, o dudu se jogasse até hoje, o ole, todo mundo joga muito. Todo mundo que tá lá tem potencial para estar aqui, tenho certeza”, explicou.

“Mas a grande diferença do Brasil pra cá não é em si a sinergia do time, mas a estrutura que você tem aqui. Pô, um time da Overwatch League tem três coaches. E os coaches estão o tempo inteiro lá estudando o jogo, então tem essa vantagem”, reforçou.

Alemão defendeu que, se existisse um time brasileiro na Overwatch League, este deveria ser de São Paulo. Mas concordamos que ele é meio suspeito para falar isso já que veio de São Caetano do Sul, na região metropolitana paulista. Apesar disso, ele também não escondeu o quanto esse time seria forte.

“Eu tenho absoluta certeza que se tivesse um time brasileiro na Overwatch League a gente ia performar muito bem aqui. A gente não, porque não sei se estaria dentro ou não, mas o time ia performar muito bem, ia destruir provavelmente os melhores times porque eu acho que o potencial que tem no Brasil, não só no Brasil, na América do Sul, na Argentina, é absurdo”, completou.

E se ele sente falta de jogar com os seus antigos companheiros? “Sinto porque, ah, a gente sempre era sempre amigo. Era sempre amigo em volta, a gente ficava zuando muito, tinha muita briga, mas é como quando você briga com o irmão, daqui dois dias você já tá de boa. Então era muito bom, foi uma época da minha vida que é impossível esquecer. E sempre vou ser grato”, sorriu, confirmando que toparia sem problemas em representar novamente a seleção brasileira na próxima edição da Copa do Mundo de Overwatch e que sempre tenta acompanhar as partidas da região da América do Sul.

Foto: Blizzard

“Eu espero que a Blizzard invista mais no cenário brasileiro porque tá precisando”, defendeu o jogador brasileiro. “Os casters estão fazendo um trabalho cada vez melhor, os jogadores estão melhorando bastante comparado com os outros fora do Brasil. Eu acho que o Overwatch tem um futuro que pode crescer bastante”, completa.

Uma semana antes da vitória da San Francisco Shock contra os titãs de Vancouver, Alemão se mostrou extremamente agradecido pela jornada que teve até agora. Lembrou do quão lotada estava a Blizzard Arena na única oportunidade até agora que conseguiu mostrar o gingado brasileiro na Overwatch League. E ele não economizou sobre o quanto quer repetir isso por um motivo: a comunidade nacional está ali com ele.

“Mesmo eu não jogando, tem uma galera que me segue e me acompanha. A gente conversa no Twitter e acho isso muito daora. Eu só tenho a agradecer, eu espero que no futuro eu consiga trazer um Overwatch daora aí no palco, mas eu só tenho a agradecer porque se não fosse o pessoal eu não estaria aqui.”

Maximilian Rox

por Maximilian Rox

Publicado em 16 de maio de 2019 • Editado há quase 5 anos

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