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Há esperança para o Oeste e mais 3 conclusões após o Stage 1 da Overwatch League

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Passou rápido, mas o Stage 1 da Overwatch League já chegou ao fim. Na madrugada de domingo (11), London Spitfire derrotou New York Excelsior de virada na grande final e garantiu os cem mil dólares extras como prêmio dos playoffs da primeira fase. O mais notável foi que os campeões tiveram que jogar 14 mapas no dia – feito inimaginável – e voltar de um déficit de 0 a 2 para se sagrarem campeões.

Por mais que uma final totalmente coreana fosse o esperado, a etapa inicial teve inúmeras surpresas que mudaram de forma integral o panorama da competição. Seoul Dynasty e Dallas Fuel, duas equipes favoritas ao título, ficaram aquém das expectativas. Outras equipes ocidentais, por outro lado, surpreenderam e conseguiram ir longe.

Com o término do primeiro estágio, a janela de transferências foi aberta e novos nomes poderão estrear no maior palco do jogo de tiro. Line-ups como Florida Mayhem e Shanghai Dragons – as piores até então – já foram confirmadas como algumas das que receberão jogadores e isso pode elevá-los a um novo nível. Mas enquanto isso não acontece, aqui estão quatro conclusões após o Stage 1 da Overwatch League.

Há esperança para o Oeste

O período que antecedeu a Overwatch League foi muito parado no que se refere a competições. Desde que a liga foi anunciada em Novembro de 2016 até a pré-temporada treze meses depois, apenas quatro presenciais foram realizados no Ocidente. Coréia do Sul e China, contudo, foram respectivamente casas da Overwatch APEX e APAC Premier, e ao longo do ano promoveram vários torneios para movimentar a região.

Excluindo a conquista do Team EnVyUs (agora Dallas Fuel) na primeira APEX, times da Coréia foram os únicos a levantar taças desde então. Por isso, os três esquadrões completamente coreanos da OWL já vieram com grande favoritismo. Spitfire e Excelsior corresponderam às antecipações e chegaram na final – mesmo que o caminho não tenha sido fácil -, mas Dynasty perdeu fôlego na metade da terceira semana e terminou somente na quinta colocação.

Esse primeiro estágio serviu para mostrar que ainda há esperança para o Oeste, ao contrário do que se pensou anteriormente. Isso porque Dallas, a suposta única equipe capaz de competir com a Coréia, teve um início ruim de campeonato e no lugar três franquias surgiram com bons desempenhos: Boston Uprising, Los Angeles Valiant e Houston Outlaws.

Reconhecidamente, as duas primeiras contam com rosters híbridos. Isto é, três jogadores são coreanos e os outros três são ocidentais, o que enfraquece o argumento de que isso é uma conquista do Oeste. Mas as organizações são locais, a comunicação é inteiramente feita em inglês e, de qualquer forma, a barreira linguística não se mostrou um empecilho.

Boston em particular foi inesperado porque, quando relevaram a escalação, nomes como Jonathan “DreamKazper” Sanchez e Lucas “NotE” Meissner eram quase que desconhecidos, assim como os coreanos do time. Eles foram cotados para as últimas posições, mas hoje se sabe que o primeiro e Kwon “Striker” Nam-joo formam uma das duplas de DPS mais mortais da liga e Noh “Gamsu” Young-jin é um dos melhores tanques da atualidade.

Antes cotada para o fundo da tabela, a Uprising se mostrou uma forte equipe Foto: OWL

Valiant, por sua vez, é uma mistura de Immortals com Rogue: eles uniram Terence “SoOn” Tarlier e Benjamim “uNKOE” Chevasson à forte dupla coreana de tanques Koo “Fate” Pan-seung e Lee “envy” Kang-jae, assim como ao suporte Park “KariV” Young-seo. Brady “Agilities” Girardi e Ted “silkthread” Wang alternam na outra vaga de DPS, normalmente jogando de Genji ou Pharah para dar força à estratégia de dive. O que impressiona sobre esse grupo é que, em tese, a comunicação entre franceses e coreanos deveria ser uma bagunça. Mas na realidade a Valiant é uma das line-ups com melhor coordenação até então.

Já os Outlaws estão entre os três únicos com roster completamente ocidental e, de alguma forma, conseguiram terminar a fase regular do Stage 1 em segundo lugar. Austin “Muma” Wilmot e Matt “coolmatt” Iorio são de longe a melhor dupla de tanques do Oeste e conseguem abrir caminho para Jiri “LiNkzr” Masalin carregar. É incrível como algumas adições tornaram a antiga FNRGFE numa máquina coesa.

Com Dallas trazendo Dylan “aKm” Bignet e Kim “Rascal” Dong-jun e Florida formando a dupla Kevyn “TviQ” Lindström e Ha “Sayaplayer” Jung-woo, os fãs do Ocidente podem ficar tranquilos com o futuro na Overwatch League.

O meta atrapalhou muitos favoritos

Por muito tempo composições de dive com Tracer, Genji, D.Va, Winston, Zenyatta e Lucio foram a norma no Overwatch. “É o que sempre funciona independente do meta”, os narradores constantemente repetem. Mas de repente Mercy ficou extremamente forte e passou a ser escolha obrigatória no Stage 1 da Overwatch League. O time que ousar não pickar, perde.

Isso acontece porque ela é capaz de se deslocar, ressuscitar, curar e buffar aliados com facilidade. Suponha que uma Widowmaker elimina três jogadores com belos headshots e aparentemente abre espaço para o Payload avançar. Só que, alguns segundos depois, a Mercy inimiga traz os três eliminados de volta a vida, fazendo com que a Widow tenha que mais uma vez abater os adversários. É extremamente frustrante e obriga a suporte a ser selecionada.

Porém, houve aqueles que não se adaptaram bem ao meta, especialmente os que não costumavam jogar com Mercy. É o caso de Seoul: Yang “tobi” Jin-mo e Ryu “Ryujehong” Je-hong formam a melhor dupla de suportes do mundo. O problema é que eles jogam, respectivamente, de Lucio e Ana ou Lucio e Zenyatta e por isso não se especializaram em Mercy. Sendo assim, ficou claro que durante os jogos os dois improvisaram com o herói e isso prejudicou a equipe.

Eles brincam, mas o meta de Mercy prejudicou Dallas Fuel Foto: OWL

Similarmente, Sebastian “chipshajen” Widlund e Jonathan “HarryHook” Tejedor Rua sempre foram conhecidos, respectivamente, pela Ana e Lucio, mas nesse meta ficaram limitados a jogar quase que exclusivamente com Mercy e Zenyatta. Dallas, assim, é outro que tende a melhorar na próxima atualização.

Com os nerfs à Mercy e a volta da priorização dos outros suportes, pode apostar que esses times – e até esquadrões de menor expressão como San Francisco Shock – terão uma considerável melhora de desempenho. As lutas, também, ficarão mais interessantes e muito mais compreensivas.

Manter um núcleo é o ideal

Antes da Overwatch League, grande parte dos elencos tinha apenas seis jogadores. Nada de reservas, até porque quem gostaria de ficar no banco em vez de competir e tentar fazer um nome? Com exceção da Coréia – somente cinco dos dezesseis da última APEX não possuíam substitutos -, o competitivo do jogo nunca gostou muito de suplentes.

No entanto, como a liga funciona em um sistema de franquias e estas agora têm poder financeiro bem maior, tornou-se muito comum que times tenham vários jogadores à disposição no banco. Para se ter uma noção, o único que não fez uso de reservas até então foi a Florida Mayhem, que manteve apenas os jogadores da antiga Misfits.

Durante a Preseason, as organizações foram obrigadas a alternar jogadores a cada mapa, dando assim oportunidade de cada membro aparecer pelo menos uma vez. Como em geral os resultados foram bons, as equipes seguiram fazendo substituições constantes quando o Stage 1 começou.

Os Outlaws entenderam que precisavam manter um núcleo e lucraram com isso Foto: OWL

Logo após a primeira semana, ficou evidente que esse não era o caminho certo. Houston foi um dos que fez vários experimentos com o roster de início, mas sem demora perceberam que deveriam se decidir em um núcleo fixo. Jacob “JAKE” Lyon, Christopher “Bani” Benell, Shane “Rawkus” Flaherty, LiNkzr, Muma e coolmatt foram os escolhidos e já na semana dois apresentaram melhora, entrando numa sequência de dezoito mapas ganhos em sequência.

Dallas também foi atormentado por essa tendência pois, em vez de usar a line-up clássica do EnVyUs, resolveram iniciar o campeonato tentando múltiplas formações. A sinergia, por isso, ficou mais fraca e os próprios jogadores admitiram que a comunicação tornou-se dispersa. Então, é difícil crer que os times não manterão um core para a segunda etapa.

A disputa pelo MVP será longa

Antes do Overwatch Contenders, era complicado de avaliar os melhores jogadores. Isso porque o talento se espalhava por várias regiões e a frequência com que as line-ups superiores duelavam não era tão alta. Era basicamente Rogue na América do Norte, EnVyUs e as potências coreanas na Coréia do Sul, Miraculous Youngster na China e eUnited na Europa. Agora, todavia, os deuses do jogo estão todos reunidos na liga principal e se enfrentam regularmente.

A questão é que os jogos têm tanta qualidade que, pelo menos se baseando no Stage 1, será difícil decidir o melhor indivíduo do torneio. Nomes como Timo “Taimou” Kettunen, Lane “Surefour” Roberts e TviQ, que no passado figuraram na lista de melhores do mundo, perderam destaque nesse início de temporada mas ainda assim houve muitas estrelas aparecendo.

O líder do pelotão é certamente Bang “JJoNak” Sung-hyeon, o suporte novato da NYXL. Ele não jogou a pré-temporada por não ter idade suficiente para competir, mas os rumores de seu desempenho em treinos já eram empolgantes. A dúvida era se ele conseguiria traduzir a habilidade do treino para o jogo e até agora ele não desapontou: é de longe o melhor Zenyatta do estágio, frequentemente distribuindo mais dano que seus DPS. Também trouxe a Ana – herói com o qual ganhou fama na ranqueada da Coréia – em algumas partidas e pareceu implacável. O time nova-iorquino também conta com Kim “Pine” Do-hyun – que entra em mapas específicos para desencadear sua fúria com McCree e Widowmaker -, Park “Saebyeolbe” Jong-ryeol e Kim “MekO” Tae-hong na fila de candidatos.

A NYXL tem muitos jogadores concorrendo ao MVP. JJoNak é o principal Foto: OWL

Spitfire também acumula diversos jogadores que podem reivindicar o MVP: Park “Profit” Joon-yeong, eleito melhor jogador de todos os campeonatos que disputou, lidera as estatísticas de Genji e Tracer. Kim “birdring” Ji-hyuk, também DPS, segue na mesma linha e pode dizer que carregou nas costas a segunda metade da final contra New York. O tanque Hong “Gesture” Jae-hee é outra opção.

Para completar o triunvirato coreano, Kim “Fleta” Byung-sun é um nome incontestável de Seoul que foi muito falado no início do torneio. Ele é flexível, conseguindo jogar com DPS projétil como Pharah e Genji, assim como com Widowmaker, McCree e Soldado 76. A precisão com que acerta seus tiros é fenomenal e ele em muitos casos é autossuficiente.

Kwon “Striker” Nam-joo, Hwang “EFFECT” Hyeon, Lee “Carpe” Jae-hyeok, envy, LiNkzr e coolmatt são mais alguns nomes que assombraram ao longo do Stage 1. Com tantas opções, dá pra ver que será difícil escolher apenas uma pessoa.

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Rick Birman
publicado em 16 de fevereiro de 2018

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