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Magic: PV fala sobre treinos, cenário no Brasil e MTG Arena antes do título mundial

MTG Arena
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O último domingo (16) registrou um fato histórico para o cenário brasileiro de Magic: o jogador PV faturou o título mundial do Magic World Championship XXVI depois de um final de semana de muitas emoções para os fãs do card game.

Antes dessa conquista histórica para o Magic brasileiro, o Mais Esports teve a oportunidade de conversar brevemente com o jogador sobre vários pontos da sua carreira: desde os treinos usando o MTG Arena às dificuldades que os competidores nacionais passam dentro e fora das competições.

Confira na entrevista logo abaixo.

MTG PV Magic

Mais Esports: Você vem mantendo constantes aparições no top 8, como tem sido os treinos e preparações para esses campeonatos?

PV: O meu treino depende bastante do tipo de campeonato. Normalmente para os campeonatos do MTG Arena eu treino em casa e me comunico online com jogadores do meu time e para os campeonatos tabletop (Magic físico) eu viajo um pouco antes e encontro o meu time pessoalmente.

Para o mundial foi um pouco diferente, porque eu treinei ao vivo em Praga com outro jogador qualificado (o Ondrej Strasky) e os jogadores que moram com ele (Stan Cifka, Ivan Floch e Jan Kotrla) que nos ajudaram. Geralmente o processo é parecido – eu tento maximizar o potencial das cartas novas e tento descobrir se algum baralho novo é bom, e se isso não funciona a gente passa a tentar descobrir qual a melhor versão dos decks que já existem.

Mais Esports: O que você acha que falta para o Brasil revelar mais jogadores de nível internacional e ter mais presença em campeonatos pelo mundo?

PV: Sinceramente, acho que o Brasil já possui muitos jogadores de nível internacional e já tem presença em campeonatos pelo mundo. Antigamente alguém jogava contra um jogador brasileiro e achava que teria um jogo fácil, mas hoje não acontece isso. Dos 32 jogadores da MPL inaugural, por exemplo, três eram brasileiros, temos dois jogadores no Hall da Fama, dois campeões de Pro Tour nos últimos anos, um Player of the Year, e acredito que quase 30 jogadores brasileiros se classificaram para o Players Tour.

MTG Magic PV

Hoje eu posso dizer tranquilamente que o Brasil é um dos 5 melhores países do mundo no Magic. O que falta é reconhecimento aqui dentro que nós somos bons – as pessoas de fora já sabem isso, mas dentro do país isso não é muito difundido porque o jogo não é muito conhecido aqui.

Se você pegar, por exemplo, o Prêmio eSports Brasil, os jogadores de Magic são constantemente ignorados em prol dos de Hearthstone, apesar de os resultados dos jogadores de Magic serem muito superiores em termos mundiais. Então eu diria que um dos fatores mais importantes é o apoio interno aos brasileiros, mais divulgação, mais patrocínios, porque bons no jogo nós já somos.

Fora isso, acho que uma coisa que poderia melhorar é o número de oportunidades que nós temos. Tem muitos jogadores bons no nosso país, mas a gente tem que lidar com muitos obstáculos – as passagens são caras, precisamos de visto para diferentes lugares, tudo dentro do jogo é em inglês, temos poucos GPs e PTQs. Se um jogador americano é bom, essa pessoa pode se classificar para um PT, ir mal no campeonato, e se classificar para outro PT 3 meses depois – um jogador bom nos EUA sempre realiza seu potencial. Um jogador brasileiro geralmente tem que fazer valer as chances que tem.

“Antigamente alguém jogava contra um jogador brasileiro e achava que teria um jogo fácil, mas hoje não acontece isso.”

Mais Esports: Qual dica você daria para os novatos que pretendem seguir uma carreira profissional no Magic?

PV: Jogar Magic profissionalmente é muito difícil, ainda mais para brasileiros. Existe muita gente boa tentando, mas não existem muitos lugares disponíveis.

Se você quer mesmo ser um jogador profissional, você tem que saber que não depende só de você, de quão bom você é ou quanto você se dedica – existe muito de estar no lugar certo na hora certa, de ganhar o campeonato certo.

Mais Esports: Muitos apontam o MTG Arena como uma ferramenta boa de treino para os jogadores do T2. O que você acha? Você também prática no Arena?

PV: Eu pratico no MTG Arena sim. Eu acho que jogar no MTG Arena não substitui treinar com um colega, onde você pode direcionar o treino (quero jogar contra esse baralho específico, por exemplo) e você sabe que o oponente é bom, mas ainda assim é bastante válido.

Eu pessoalmente uso o ladder do MTG Arena nos estágios iniciais de teste, para ver quais baralhos existem e como o formato está se movimentando, e depois eu uso o MTG Arena como um filtro inicial para os meus baralhos (se meu baralho não ganha no MTG Arena provavelmente ele é ruim, mas se ele ganha no Arena ele tem potencial)

O importante é saber que não é só porque você ganhou 10 jogos seguidos no MTG Arena que seu baralho automaticamente é bom – isso só significa que ele pode ser bom, então você precisa de um teste mais direcionado para garantir.

Mais Esports: Para finalizar, hoje temos o Pioneer crescendo bastante como formato. Qual contribuição você acredita que o Pioneer trará para o cenário competitivo? Entre o Pioneer e o Modern, você tem um favorito?

PV: Eu pessoalmente não gosto de Modern, então fiquei bem feliz com a popularidade do Pioneer. Acho que ele atinge os mesmos objetivos do Modern (você não precisa ficar trocando de baralho o tempo todo) mas o game play é melhor porque não tem tantas cartas fortíssimas, então por enquanto eu vejo ele como um positivo.

“Hoje eu posso dizer tranquilamente que o Brasil é um dos 5 melhores países do mundo no Magic.”

Mais sobre Magic e MTG Arena

As partidas profissionais do Magic World Championship XXVI estão disponíveis no site oficial do game e no canal pelo Twitch.

Recentemente, foi confirmado que MTG Arena ganhará uma versão mobile ainda em 2020. Confira mais detalhes sobre isso aqui mesmo no Mais Esports.

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Maximilian Rox
publicado em 17 de fevereiro de 2020

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