LoL: Peter elogia Jukes e comenta sobre as chances do Flamengo no Mundial 2019

A Splyce estreou com duas vitórias na fase de entrada do Mundial 2019. O terceiros seed mostrou ser uma das equipes mais fortes desta etapa e que virá com tudo para buscar uma vaga na fase de grupos da competição. O Mais Esports conversou com o treinador  Peter “Peter Dun” Dun, velho conhecido da torcida brasileira por ter treinado a INTZ por um bom tempo.

Peter comentou sobre o desempenho de sua equipe no Mundial, choque de metas das diferentes regiões, participação do Flamengo no torneio e mais. Confira:

Então Peter, a Splyce venceu as duas partidas hoje. Quão confiante você está para fazer a Splyce chegar na MD5 e na fase de grupos?

Peter: Obviamente, hoje foi um dia bom para nós. Eu não vou dizer que tivemos um dia ruim, depois que vencemos as duas partidas. Eu acho que a Splyce teve um pouco de vantagem, porque eu sei que a Isurus e DetonatioN FocusMe estavam sofrendo com jetlag e isso contribuiu para que a performance deles não fosse tão boa hoje, mas não estamos subestimando eles para sexta-feira. Eu assisto a América do Norte, o Brasil, e sei que eles são um time que podem jogar bem melhor do que mostraram hoje no palco. Então, não estamos tirando o resultado de hoje como uma garantia para a classificação. 

Esses dois times, vieram da Ásia, vários times estão vindo de lá, e não tivemos  bootcamps na Coreia dessa vez. Você acha que teremos um choque de meta asiático e meta europeu?

Peter: Sim, Isso seria ótimo, mas eu sei que diversos times chineses e coreanos estão indo para a Europa amanhã. Esses times daqui terão uma semana, uma semana e meia mais ou menos para se acostumarem aqui, então o choque será menor. É interessante, porque, a EU Masters, a segunda competição da LEC, que está rolando por agora, teve um meta na botlane que foi maravilhoso.  Teve Ekko vs Syndra, Swain e Tarik, Karma, Kindred, e foi muito interessante. Tenho certeza que muito dos times que fizeram bootcamp aqui na europa jogaram contra alguns dos times da EU Masters. São times muito bons, e o campeão da EU Masters, pode amassar a Splyce. E a Splyce é um time de playoffs da LEC, sabe? São times muito bons individualmente, o que torna esses treinos mais interessantes.

Como você vê essa evolução da Europa? A G2 ganhou o MSI, e vocês são o centro da atenção agora, todo mundo olhará muito mais para os times europeus, as pessoas falando da G2, mas Splyce e Fnatic estão tentando alcançar a G2. Como você vê toda essa evolução do cenário?

Peter: No termo de ecossistemas, não só individualmente, eu acho que a Europa provavelmente tem o ecossistema mais forte do mundo. Não sei se os melhores times são mais fortes que os da LCK, LPL, veremos isso no Mundial, mas tem um caminho bem claro para se tornar um profissional, se você é um amador, um talento aparecendo. A EU Masters, as ligas regionais, são um caminho. A final da liga espanhola teve cinquenta mil pessoas assistindo. Isso não é nem a EU Masters, é um nível abaixo, é como se fosse o terceiro nível. Isso acontece porque a Europa, há três, quatro anos, tomou a decisão de que não seria algo vertical, e sim como uma pirâmide. Com uma base grande de times, em que as pessoas têm oportunidade para mostrarem seus talentos, tanto para jogador, 

Quanto para treinador. Eu acho que é muito importante dar créditos para esses incentivos. Hoje, é possível ver os benefícios disso. Tem o Humanoid, Nemesis, que vieram das ligas europeias secundárias. O Xerxe não conta porque ele veio da Turquia, mas tem o Norskeren também. São muitas pessoas que foram vistas aqui. Pessoas como Bwipo, xerxe, que vieram de regiões emergentes, Bwipo estava na Russia, Xerxe na Turquia, então, são múltiplas partes. 

Se a Splyce chegar na fase de grupos, vocês podem pegar um grupo mais fácil do que a Fnatic ou G2. Como você vê isso, caso a Splyce chegue na fase de grupos, podendo ter um caminho mais fácil do que os outros dois times europeus?

Peter: Para ser sincero, eu acho, que para um time europeu, é mais benéfico ser o terceiro time do que ser o segundo ou o primeiro. Obviamente, a Splyce tentou seu melhor, mas a Fnatic bateu a gente no qualificatório. Nós estávamos exaustos, um dia antes háviamos jogado uma série de seis horas contra a Origin, e nós celebramos um pouco demais depois dessa série. Então nós não estávamos aptos para dar o nosso melhor contra a Fnatic. Mas, acho que a forma que o seeding do Mundial funciona é muito complicado para os dois melhores da Europa. Porque é quase garantido que você cairá em um grupo forte, a chance é enorme de cair com um time chinês e um coreano. É quase 75% de chance de ter os dois no seu time. Não tem caminho fácil. Eu fico triste pela Fnatic, mas a Fnatic tem a ambição de vencer o Mundial, então, a melhor forma de deixar seu nome marcado, do que eliminar a SKT, eliminar a RNG. Então, acho que eles não estão com medo, se essa é a ambição deles, eles não deveriam estar com medo, e os torcedores da Fnatic estarão querendo ver o time deles enfrentar os melhores em competições internacionais.

Falando um pouco sobre o Flamengo, como você vê o Flamengo nesse torneio? Você vê eles com chance de alcançar a fase de grupos?

Peter: Essa é a primeira vez em alguns anos que o Brasil mandou o time mais forte mecanicamente e individualmente para o Mundial. A soloQ brasileira, além do que as pessoas criticam sobre ela, tem uma boa estrutura para fazer aparecer jogadores talentosos mecanicamente. O ping é muito baixo e isso é muito crucial. O NA joga com 60 de ping, se não me engano. Quando eu estava no CBLOL, o ping era 7 ou 8. É o mesmo que a Coreia. Isso significa que o Brasil pode ter muitos jogadores mecanicamente talentosos, e que performam bem quando vão para outras regiões. Jukes, por exemplo, que joga muita soloQ no Brasil, e quando ele foi pro NA…

Ele te impressionou?

Peter: Sim, a Riven dele é insana. Quando você está na soloQ brasileira, você precisa olhar  a Riven do Jukes e a Camille do Ayel. … quando estava no NA. Então, a soloQ brasileira te dá muito espaço para treinar a mecânica, e tem muitos jogadores bons mecanicamente. O problema é que, genuinamente, ser bom para jogar 1×1 ou 2×2 não é o suficiente para ir bem internacionalmente. Talvez brTT e Luci possam ir bem contra outra botlane no 2×2, mas nenhum time bom te deixará jogar 2×2 no bot. Eles mandarão quatro ou cinco pessoas bot e divarão. O Flamengo é capaz de segurar as match-ups 1×1 e 2×2, a não ser que seja contra a DAMWON. Eu respeito o Flamengo, mas é a DAMWON. 

O Flamengo precisa vencer a Royal Youth, né?

Se eles conseguirem ir bem contra a Royal Youth, contra quem eles enfrentarem na MD5, se eles acharem um jeito de jogarem o 2×2, com uma boa cobertura do Shrimp, jogando juntos nessas lutas, eles poderão ir bem. Eu creio que os jogos serão sobre parar a rotação dos inimigos. Isso é algo que o Flamengo sofreu contra times brasileiros, como INTZ, Uppercut, times que são muito bons jogando na rotação. O problema de jogar a rotação, em um time como o Flamengo, é que alguém precisa deixar o farm de lado. E isso normalmente não acontece no Flamengo. Para dar um exemplo perfeito disso, a G2. Teve um jogo onde a G2 enfrentou a Schalke 04 e, em 20 minutos, 30 minutos de jogo, Caps tinha 108 de farm. Já o Perkz tinha 320 e eles amassaram o outro time. O jogo não devia ter durado mais que 24 minutos, mas a G2 trollou algumas vezes, mas, eles tinham a estratégia bem definida. Caps perderá farm, nós liberaremos os nosso carry, e ele será responsável por nos levar à vitória. Esse é um estilo que times brasileiros estão tendo dificuldades em fazer dar certo. É um dos motivos pelo qual a INTZ teve sucesso no último split. Era responsabilidade do Mills, ele tinha que deixar 50 farm de lado normalmente, e isso funcionou. Nós veremos o que o Flamengo pode fazer.

Peter: Eu espero que o Flamengo tenha uma boa performance. Estou esperando muito isso deles. 

Talvez vocês possam se enfrentar em uma MD5.

Peter: Eu realmente não quero isso, espero que o Flamengo vá bem contra qualquer time, exceto contra a Splyce. 

A Splyce jogará nesta sexta-feira (04) suas duas últimas partidas nesta fase MD1. Se a equipe vencer pelo menos uma delas, já está garantida na próxima etapa, que serão séries MD5. Você pode conferir a cobertura completa do Mundial 2019 aqui no Mais Esports.