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LoL: Ocelote dá dica para cenário brasileiro e fala sobre o sucesso da G2

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A temporada 2019 tem sido ótima para a G2 até então. Campeã dos dois splits da LEC, a equipe composta por Wunder, Jankos, Caps, Perkz e Mikyx ainda conquistou o MSI e está nas semifinais do Mundial.

Direto de Madri, o Mais Esports conversou com o CEO da G2, Carlos “Ocelote”, que nos contou mais sobre sua atuação como dono da organização, a relação com Perkz e ainda, um recado para o Brasil ao fim da entrevista.

A G2 está fazendo, como posso dizer, uma revolução no LoL. Primeiro, este ano vocês venceram o MSI, que foi uma grande mudança para o ecossistema e também a G2 joga é um meta diferente. Como acha que você, sua personalidade, reflete nos jogadores quando eles eles jogam assim? Arrogante, não sei… Como você vê isso?

Acredito que ajuda quando o dono do time te faz sentir que está tudo bem em falhar. E está tudo bem em falhar, contanto que você jogue do seu jeito, seja sincero consigo mesmo, seja sincero com seus atributos, o que te faz especial, você pode perder. Quero dizer, claro que você não pode vencer o tempo todo, e isso é bonito.

Se todos os dias fossem ensolarados, e eu sei que os brasileiros adoram, você não iria aproveitar tanto o sol quanto poderia se tivessem alguns dias chuvosos, é o mesmo aqui. eu acho que os jogadores, pelo menos, se sentem confortáveis de ter um dono de time que não os crucificará se eles disserem o que não deveriam, sabe? Está tudo bem em cometer erros, eu sou tranquilo com isso.

O fato de você ter sido jogador, você pode entender melhor os jogadores, saber como eles estão se sentindo depois de uma derrota, ou uma vitória?

Sim, quando eu era jogador, eu tive muitos problemas com o manager me irritando, o dono me irritando… Às vezes, o dono tem que saber o seu lugar. Não é lugar do dono dizer o que as pessoas tem que pickar, ou questionar coisas in-game. É papel do dono ter o melhor time possível e criar o melhor ambiente para que o time tenha sucesso. Esse é o meu trabalho e é assim que eu trabalho com eles. Eu não pergunto coisas idiotas que eu não deveria, eu pergunto o que eu sinto que posso melhorar, eu melhoro o que eu posso melhorar, e não é in-game.

Quando falamos sobre ser “arrogante”,não sei, talvez muito confiante, as pessoas falam que é uma faca de dois gumes, mas quando vemos a G2, às vezes a G2 está perdendo de 2-0, mas os jogadores estão pensando “somos melhores do que esses caras, vamos vencer os três jogos.”

Exatamente, é até engraçado porque, contra a Fnatic, a comunicação era: “Gente, nós somos melhores do que esses caras, o que está acontecendo? Nós somos melhores, vamos vencer” e vencemos.

Parece que, para a G2, não é uma faca de dois gumes, sabe?

É uma faca de dois gumes. Pode ser terrível, como na semana passada contra a Griffin, ou pode ser insanamente bom, como nossas vitórias mostram, sabe? Vamos com tudo, divamos três torres, não estamos nem aí e eu gosto disso, eu de fato, gosto disso porque te faz ficar animado para o jogo. Vencendo ou perdendo, as pessoas estarão animadas para o jogo.

Os torcedores querem ver o time jogando assim

Exatamente, eles amam isso. Eles amam.

Vamos falar um pouco sobre o Perkz, quando você parou de jogar, você já tinha o Perkz na época, certo?

Sim.

Você sente que o Perkz era o cara que, para você, “esse cara é muito melhor do que eu”?

Sim, exatamente isso que ele era. Não tinha como eu superar esse cara, ele era como o Febiven dois anos antes. Eu pensava “não tem como eu superar esse cara”, é o futuro.

Hoje o Perkz está no seu pico?

Nós acreditamos nele, ele acreditou em nós, e agora estamos ambos aproveitando essa lealdade um ao outro.

Você poderia imaginar, não sei quantos anos atrás, que o Perkz seria o cara que ele é hoje? Ele é um dos melhores jogadores do mundo e pode se tornar o melhor jogador do mundo.

Ele tinha os atributos, eu vi. Você falha mais de uma vez, porque você falha em identificar quem será o número 1 daqui alguns anos, é difícil, mas esse cara tinha tudo, todas as opções ele tinha. Eu vi a mim mesmo nele, ele sou eu quando eu tinha 19 anos.

Eu gosto muito quando você fala sobre ele, porque dá para ver que você tem muita confiança nele, você só trouxe o Caps porque sabia que o Perkz continuaria jogando pela G2.

Exatamente. Quando eu penso no Perkz, ele tem o mindset de um vencedor, ao mesmo tempo que ele é palhaço, ele faz piadas. Ele é, literalmente, uma versão mais séria e esforçada de mim, eu diria.

Para finalizar a entrevista, eu sou do Brasil, você está falando para brasileiros… O Brasil não está indo bem no LoL….

Isso não é verdade, não é verdade. A liga de vocês é ótima, em Mundial, vocês sempre dão tudo de si. Desta vez era Fase de Entrada, é complicado, é a verdade, mas o Brasil sempre está lá. Meu amigo, o brTT, vocês têm lendas lá, eu adoro o LoL do Brasil, sempre que eu vou lá eu fico tão… eu simplesmente curto demais as pessoas, muito emotivas, os times de CSGO de vocês também, como o MIBR, são ótimos também, o Fallen e os outros são incríveis, os fãs são muito participativos, o que eu adoro, parece futebol, vocês são demais.

Mas o que o Brasil pode aprender com a Europa este ano? Ver o que a Europa fez ao longo destes anos…

Ambição cara, ambição. Procure o número 1 em cada posição, ambição. Eles vão resolver.

A G2 busca algo inédito neste Mundial: se consagrar como única equipe da história do League of Legends a vencer todos os torneios que disputou na temporada. A semifinal, contra a SKT T1, está marcada para o próximo domingo (3/11), às 8h.

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Vitor Ventura
publicado em 1 de novembro de 2019, editado há 4 anos

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