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LoL: Djoko analisa vitória da PaiN na final do Circuitão

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Após passar dois splits no Desafiante, a PaiN finalmente voltará à elite do League of Legends no Brasil. Com uma excelente campanha e depois de vencer a Team One numa série unilateral por 3×0, a equipe comandada por Djoko provou estar preparada para retornar.

E por falar em Djoko, no final da última partida do sábado, pudemos conversar um pouco acerca dos drafts e das estratégias que utilizadas pelo time. Poucos acreditavam que a série não seria disputada, já que a Team One vinha numa crescente, especialmente depois das partidas das semis contra a Red Kalunga.

O time comandado por Neki realmente surpreendeu por meio de alguns estilos de jogo e variações no draft, mas a leitura e execução do adversário se mostrou mais eficiente.

Jogo 1

Foto: BBL

Djoko:Quando começamos a preparação pro patch 9.6, eu vi a ideia de Sona e Taric e sabia que poderia ser uma arma pra mim, mas eu não sabia ao certo se poderia ser uma arma pra eles porque a Team One joga muito para o bot, para o Absolut. Pensei que seria muito difícil eles utilizarem isso mas tinha 1% de chance de eles interpretarem que era muito bom. A série que me abriu os olhos pra isso foi a final da LEC.

Nessa série os dois times trouxeram os dois picks, e foram jogos que estudei bastante, aí pensei “Putz, eles também estão vendo isso” e o 4Lan por exemplo joga com Olaf, Hecarim, joga com picks que favorecem a escolha. Então tomamos a decisão de nos preparar contra e essa era uma de quatro ou cinco respostas que a gente tinha.

Aqui o coach se refere ao jogo 1 e jogo 2 das finais da LEC entre G2 e Origen. No primeiro caso a G2 saiu vitoriosa utilizando de Sona e Taric e, no segundo, criou uma estratégia para punir a composição de Sona e Taric da OG, ao utilizar de uma composição montada para executar um funneling, isto é, afunilamento de recursos.

Nossa ideia ali foi a seguinte, a Sivir é uma campeã que consegue punir Sona e Taric. A fraqueza dela é a laning phase, ela escala bem, mas ela tem uma vantagem de puxar a rota que é muito consistente. Além disso ela bate em mais de um numa vez, se ela consegue chegar bem numa fight, ela tem um mecanismo de defesa que é o shield. Então ela se defende muito bem vs Sona e Taric.

Então nós tínhamos dois AD’s, considerando a Kayle, que faz build de on hit. Então a gente tinha uma fight móvel (com Karma) e mais DPS que eles. Mas o ponto decisivo foi o Jarvan justamente porque com a capacidade de iniciação dele, nós poderíamos escolher a luta que iríamos lutar.

Em contraposição à Origen, a PaiN montou e executou uma estratégia capaz de punir a escolha da Team One. Respondendo com Galio como suporte, a Origen não tinha mobilidade e alcance necessários para punir Sona e Taric, ao contrário da Karma, que conta com essas duas características.

Já a iniciação deles era com base em Sona e Olaf, então era só escolher a luta certa. Essa era uma das estratégias, nós tínhamos algumas outras bot lanes e picks “estranhos” preparados. Nós consideramos o funneling, mas o problema era que necessitaria de uma dinâmica de todo mundo. Tem jogos que valem a pena, outros nem tanto. Nesse caso como nós escolhemos Jarvan e eles voltaram com Sona e Taric, era muito mais fácil punir logo de cara. Também porque a bot lane é Matsu e Esa que tão num split muito bom, se eu coloco eles pra funneling eu perco o potencial de eles punirem in lane.

Jogo 2

Foto: BBL

Djoko: Segundo jogo foi completamente inesperado, não tinha como ler. Eu esqueci que a Tristana poderia jogar fazendo swap de lane, que é algo muito eficiente. Quando eu vi o Ziggs eu pensei “Será que é funneling de Tristana/Braum com Ziggs ad no bot?” Quando começou o jogo eu já não podia falar pro Ayel que ele poderia tomar um dive, que é uma coisa que os top laners esquecem e não lembram que o jungler pode terminar top side e divar eles.

Então realmente naquele começo ele morreu, mas depois os meninos disseram que pararam e pensaram sobre o que iriam fazer. Eles têm quatro TP’s, eles vão ficar mudando de lugar, a gente pode ficar atrás mas a gente de novo draftou outscale. Uma Kayle no top claramente fica muito maior, dá outscale, mesma coisa para o Corki. O que “salvou” o jogo foi exatamente o Corki e o Hecarim continuarem na frente. O Trundle tinha que jogar para a Tristana, mas isso colocava o Hecarim no resto do mapa e pro Corki, consequentemente, porque era o duo mid-jungle.

A estratégia de lane swap já é provavelmente conhecida por quem acompanha o cenário e aconteceu recentemente nas semifinais da LEC entre Fnatic e Splyce. Na ocasião, a Splyce escolheu os mesmos picks da T1, Tristana e Braum, que iniciaram a partida no topo e surpreenderam o top laner Bwipo já no level 1, fazendo com que ele usasse o flash para sobreviver. Além disso, um gank foi executado logo na sequência para garantir que o adcarry Kobbe pegasse algumas barricadas.

Jogo 3

Foto: BBL

Djoko: O terceiro jogo eu considerei o mais interessante, porque a leitura do terceiro jogo era a minha leitura do primeiro. Eu imaginava que eles pegariam um suporte neutro, provavelmente Braum e a Lissandra pra flexar até o fim, que era um dos picks que eles mostravam mais prioridade. Eu fui para a série esperando isso. O terceiro jogo foi em tese o primeiro jogo “normal” da série.

Eu achei estranho eles não banirem a Kayle, que era um pick que tanto o Tin quanto o Ayel estavam confortáveis. Sobre a escolha de partir pra composições de outscale, não era o objetivo inicial. Foi mais uma condição da gente ter interpretado o draft e ter condições de jogar em cima disso.

O Corki e o Hecarim por exemplo não são picks tão outscale, porque eles já tem um mid game muito forte. Nós sacrificamos um pouco o Ayel no início com matchups difíceis, tanto de Kayle quanto de GP porque ele estava preparado pra isso. A Team One joga muito mais pro bot então o Skybart sozinho não iria afundar o Ayel, então nós podíamos pegar um campeão de outscale de maneira tranquila.

De fato nesse último jogo a Team One trouxe uma composição que estava dentro do “esperado”. Mais uma vez a ideia era jogar em torno de Absolut, que precisava de tempo para que sua Vayne pudesse escalar. O que os Golden Boys não contavam era que a Pain usaria mais uma vez da força do duo Tin-Minerva (Corki/J4) para realizar boas rotações e punir os erros adversários.

Como bem apontado por Djoko, a ideia era sacrificar Ayel e trabalhar de maneira mais acelerada o restante do mapa. Por essa razão o pick de Urgot para 4Lan na jungle não foi tão interessante, visto que a resposta do campeão é bastante lenta se comparada às execuções do Jarvan de Minerva.

Djoko finalizou a entrevista reafirmando que a Team One surpreendeu bastante em termos estratégicos, especialmente no segundo game. É importante ressaltar que a equipe ainda tentará conquistar a vaga para o CBLoL na série de acesso contra a Keyd no próximo fim de semana (27). Caso a Keyd perca, estará automaticamente rebaixada e jogará o próximo split do Circuito Desafiante.

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Letícia Motta
publicado em 25 de abril de 2019, editado há 5 anos

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