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CS:GO: Jogadores avaliam prós e contras do CBCS

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Palco da primeira rodada da CBCS na GameXP (Foto: Leonardo Sang/CBCS)

O surgimento do Campeonato Brasileiro de CS:GO dividiu a comunidade brasileira da modalidade. Enquanto uns ficaram (e permanecem) receosos com a competição de circuito fechado e com a ausência dos principais times do Brasil, outros destacaram a oportunidade para novos jogadores terem a experiência de uma competição presencial e a visibilidade de um torneio com transmissão na TV fechada.

E os jogadores? Pouco se ouviu da opinião dos astros da liga sobre esses e outros assuntos. Por isso, o Mais Esports conversou com representantes de Black Dragons, Evidence e-Sports, Imperial e-Sports, INTZ BR, Team Reapers, Redemption POA, SkullZ Gaming e Uppercut esports durante a terceira semana de disputa.

CIRCUITO FECHADO

À lá LCS norte-americana e Overwatch League, o CBCS é baseado num sistema de franquias. Não há rebaixamento e promoção e não se planeja que as oito equipes presentes na disputa deixem o campeonato até 2024 – data limite do atual contrato.

O formato causa estranheza no Counter-Strike, que se popularizou pelo modelo aberto, com qualificatórias e com oportunidades igualitárias para todos. Para os jogadores do CBCS, o circuito fechado também é atraente.

“Acho que falar que o CS não funciona no circuito fechado é um erro. Isso só depende dos organizadores do campeonato e dos jogadores. Até agora isso tem mostrado uma evolução muito grande, principalmente nos times. Com a galera tendo a oportunidade de estar num gaming office ou gaming house, você vê que o nível dos treinos está aumentando, que a galera está se dedicando muito mais, pensando mais no tático e não naquele jeito improvisado. A gente vê isso no dia a dia. A cada vez que a gente vem para o estúdio, algum time cresce”, afirmou Lucas “lukzera” Soares, da SkullZ Gaming.

Outra peculiaridade do circuito fechado é a diminuição no número de torneios que as equipes participam – já que a CBCS veta a participação em alguns torneios, como a Liga Dell Gaming. Para Denner “KHTEX” Barchfield, da Imperial, tudo está bem explicado em relação a isso.

“Muita gente criticou no começo e vejo até hoje falando nas redes sociais que somos vetados de jogar campeonatos, mas isso não é verdade. A CBCS sempre deixou claro para nós que, não tendo conflito com o campeonato deles, poderíamos jogar qualquer grande qualify ou torneio. Agora, estamos aqui dentro e estamos vendo a realidade. É um campeonato muito bom, com uma estrutura muito boa e visibilidade enorme”, afirmou KHTEX.

Matheus “fra” Fragozo, da Evidence, discorda dos colegas. Apesar de elogiar a competição e destacar que pode deixar a faculdade de Direito para se dedicar inteiramente ao jogo, fra acredita que o calendário poderia permitir mais jogos.

“Tem vários campeonatos e precisamos acertar as agendas para conseguir jogar mais. As vezes, ficar focado em um só é muito ruim. Nós conseguimos ter experiências com outros times e, se ganhar, vamos jogar lá fora, mas não sabemos como vai ser. Acho que esse é o único ponto fraco da liga”, contou.

DISPUTA PRESENCIAL

Um ponto positivo destacado pelos jogadores é o da competição acontecer presencialmente toda semana – um modelo que não é popular no CS:GO, mas foi implementado no Brasil para o CBCS e a BR League do CLUTCH Circuit.

“O principal fator [do CBCS] é o campeonato ser na lan. Isso nivela os times. Muito time é bom na internet e chega na lan e não tem um bom resultado. Esse para mim é o principal diferencial. O campeonato fala com as organizações para montar uma gaming house, ter um nível de treino melhor. E na lan todo mundo se conhece, o cenário se une e acaba se tornando um só”, afirmou Vitor “Kon4n” Hugo, capitão da Uppercut.

khtex imperial
KHTEX, da Imperial, na terceira semana do CBCS (Foto: Bruno Alvares/CBCS)

KHTEX foi outro que destacou a competição presencial: “Jogar semanalmente na lan é muito bom, é diferente. Você sai um pouco da rotina, nunca teve isso no Brasil. É um negócio novo para todo mundo, até para mim”.

AUSÊNCIA DOS TIMES DE TOPO

Uma das principais críticas da comunidade é a ausência dos principais times do país – que chegaram a negociar com o CBCS, mas não fecharam os acordos. Esses times, como DETONA Gaming e paiN Gaming, vão disputar o CLUTCH Circuit.

A maioria dos jogadores disse não sentir falta de enfrentar essas equipes e elogiaram as participantes do CBCS. Para Daniel “danoc0” Morgado, da INTZ BR, não há distinção entre jogar com elas e com as equipes da BR League.

“Acho que não atrapalha em nada. A gente treina com esses times ao longo da semana, assim como treinamos com os do CBCS. Uma coisa que eu acredito que seja o nosso diferencial é que a gente executa no campeonato o que nós treinamos, não importa quem seja o time. [Não importa] se é paiN, W7M ou Evidence, Imperial. Essa diferença não afeta em nada [a nossa evolução]”, afirmou o jogador.

Para fra, a divisão é “estranha”. O jogador disse que sente falta de enfrentar outros times e não se limitar a apenas dois adversários por semana.

“É muito estranho o CS ficar dividido em dois campeonatos. Temos times muito bons em outros campeonatos, assim como temos bons times no nosso. É difícil, mas precisamos jogar esse campeonato e esperar a oportunidade vir dos outros. É muito importante jogar com outras equipes, porque o sonho de todo mundo é jogar lá fora, não ficar só preso aqui dentro no Brasil”, afirmou.

PRESENÇA FEMININA

Outro ponto criticado do CBCS foi a inserção de uma equipe feminina. Das oito participantes da competição, só a Black Dragons tem um elenco, parcial ou completamente, composto por mulheres.

Tainara “nara” Torres contou um pouco da experiência do time até aqui. “Por sermos mulheres, é um pouco mais difícil estar no campeonato. [As pessoas dizem] ‘a, elas estão lá só porque são mulheres, é puro marketing’. Eu não acredito nisso, porque a BD tem feito um trabalho bem legal com a gente, dado um apoio que nenhuma organização nunca deu. Temos gaming house, psicólogo, treinador. Tudo isso tem feito a gente crescer e melhorar”.

“Ficamos um pouco tristes porque todo mundo desacredita da gente, mas nós sabemos que podemos chegar nesse nível. É como a Amanda [AMD] sempre diz, é mesma coisa de pegar o melhor time do Brasil e colocar para jogar um campeonato lá fora. Eles não vão conseguir jogar em alto nível, a não ser que eles comecem a treinar com os outros e a evoluir. É a mesma coisa aqui no CBCS. Saímos do cenário feminino, que tinha um estilo de jogo diferente, um nível que para nós estava bom. Ai você vai jogar contra os homens e eles têm um estilo de jogo diferente. Vimos que tínhamos que evoluir muita coisa”, contou a jogadora.

nara black dragons
nara e as companheiras de Black Dragons no estúdio do CBCS (Foto: Bruno Alvares/CBCS)

“É muito diferente a forma com que as coisas estão acontecendo, é muita pressão, porque se você olhar o chat das streams a gente fica até chateada. Tanto é que combinamos que não iríamos mais olhar. As pessoas ficam torcendo para nós perdermos, falando que não faremos nenhum round. Poxa, estamos tentando algo diferente, algo que pode revolucionar o cenário feminino. Sabemos que vai levar tempo, vai demorar. Não vai ser de um dia para o outro que vamos chegar aqui e ganhar de todos os times. Estamos crescendo aos poucos, cada vez mais. Está tendo uma evolução, mesmo que pequena. Hoje eu consigo ver o jeito que os homens jogam de uma maneira completamente diferente do que eu via antes. Eles são muito rápidos, não tem margem para erro. É basicamente isso, sabemos que temos que evoluir e mudar o cenário feminino. O que estamos fazendo hoje, mais para frente, vai ter esse impacto”, completou nara.

Nenhum dos jogadores questionados demonstrou receio com a participação da BD – pelo contrário, muitos elogiaram a evolução e se disseram felizes com a oportunidade para o quinteto

“Acho que ter um time feminino junto dos masculinos é perfeito. Isso abre portas para outras meninas, da expectativa [para elas] de participar de um evento como esse um dia. E a gente está treinando com elas, consegue ver a evolução constante. Eu espero que, futuramente, abram-se mais vagas para outros times femininos. Elas estão representando muito bem e evoluindo bastante. Com essa junção, acredito que elas possam evoluir mais rápido do que jogando separado dos homens”, afirmou Victor “remix” Monteiro, da Redemption POA.

AQUECER FAZ FALTA

Apesar dos elogios terem sido maioria entre os competidores, há também críticas, especialmente para questões extra-jogo. A principal delas é a falta de uma sala para aquecer – os jogadores têm poucos minutos no computador antes da partida começar.

“É no máximo 10 minutos para entrar nas máquinas, configurar e aquecer. Isso está fazendo falta”, afirmou lukzera.

“Ainda não temos uma sala de aquecimento. Conversamos, demos um feedback e o pessoal do CBCS falou que vai resolver o mais rápido possível uma sala de aquecimento, ou até mesmo fazer mais cabines [de jogo]. Para que possamos ter um aquecimento adequado, não chegar, montar o equipamento e jogar direto”, contou remix.

Outra bronca foi em relação aos monitores. Elvis “sirhardneja” Gomes, da Team Reapers, disse que o equipamento usado fica devendo ao de outros torneios e da própria gaming house da equipe.

“É de 144hz, mas para o nível competitivo hoje, campeonatos como GC Masters e outros que a gente disputou já estão com o 240hz. Inclusive, na nossa gaming house, estamos usando. Acho que já deveria estar com esse modelo. Segundo os organizadores, em breve eles vão fechar uma parceria ou comprar esses monitores”, revelou.

Lukzera também revelou que a criação de conteúdo para o campeonato também precisa passar por mudanças.

”Querendo ou não, jogamos de quinta e sexta e isso já faz com que tenhamos que nos programar para o trânsito, com as coisas que acontecem. Toda segunda-feira eles estão fazendo media day, então sempre tem que vir um ou dois jogadores e isso quebra o horário de treino. Foi algo que já pedimos, passar a parte de mídia para a parte da manhã, que não influencia no horário de treino brasileiro. Perdemos segunda, quinta, sexta e temos uma folga no sábado, que é costume do cenário brasileiro”, finalizou.

Roque Marques

por Roque Marques

Publicado em 21 de agosto de 2019 • Editado há mais de 4 anos

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