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CS:GO: “Continua a mesma coisa, falta profissionalismo”, diz cogu sobre cenário nacional

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CLT, salário mínimo e grandes investimentos. O cenário brasileiro de Counter-Strike: Global Offensive está dando boas-vindas à essas novidades, com a criação de novos torneios e circuitos. No entanto, Raphael “cogu” Camargo não enxerga toda essa evolução.

Decênio no cenário de CS, o jogador coleciona títulos desde 2002. Atualmente como treinador da Falkol, cogu vê o cenário estagnado desde a época em que jogava e crê que ainda “falta profissionalismo, muito por parte dos jogadores”.

“Continua a mesma coisa, falta profissionalismo, muito por parte dos players. Aqui no Brasil eles pulam de um galho pro outro muito fácil, sabe? Se a gente tem uma preparação mental para esses players, desde tudo, desde como postar no Twitter, como você pensa em manter e formar sua carreira. Eu acho que isso também tem que vir das duas partes, não só dos jogadores”, disse cogu em entrevista ao Mais Esports.

Cogu defende um maior ensinamento aos jogadores, em um sistema parecido de uma “escola”, a fim de melhorar a preparação desses profissionais para a vida.

“Lá atrás já era dessa forma, hoje ainda tá muito parecido, então não mudou muito nesse quesito. Quando você tiver, como se fosse uma escola dentro das organizações, para você preparar o player, para a vida de player, aí eles iam começar a ter uma outra ideia, saber o que podem e o que não podem postar, as coisas iriam mudar. Mas ainda falta muito profissionalismo, isso falta”.

O treinador da Falkol também falou sobre essa situação na sua equipe, que não está blindada de críticas, segundo cogu.

“Na minha equipe, tem muita coisa que eu falo, o que acho que tem que mudar, o que acho que tá errado, mas acho que você tem que fazer um trabalho à longo prazo, não adianta você montar um time, de última hora, para participar de um campeonato, e daqui a dois meses tirar um, depois tira outro, que foi o que aconteceu no meu time agora, é melhor fazer um negócio com mais calma, conversar, sabe? Acho que falta muita coisa ainda”, continuou.

Contra algumas regras

Categórico, cogu também comentou a chegada do CBCS, que, para ele, “está no caminho certo”, mas há regras que ele “não concorda”.

“Eu acho que a ideia deles [CBCS] é muito boa, a visibilidade que vai trazer também, com Globo e tudo, vai ser muito alta, vai trazer muita coisa boa pro cenário, então eu acho que é um começo. Tem algumas regras que eles colocaram que eu não concordo, eu sou contra. Mas eu acho que eles realmente estão no caminho certo, é uma coisa bem bacana, e quanto mais conteúdo dessa forma pro cenário, já vai agregar, espero sim que esse seja realmente um começo para o profissionalismo”.

Cogu falou sobre a limitação imposta pelo CBCS e o CLUTCH Circuit, onde os times que estiverem disputando um desses torneios, não poderá jogar em outros campeonatos de outras organizadoras nacionais.

“Claro que quando você está se matando para treinar, você quer jogar todo tipo de campeonato. Então, sim, isso é um fator que acaba limitando de você disputar um torneio para ir para fora, para representar seu país. Eu ficaria chateado de não poder representar o Brasil, eu gostaria de jogar tudo”.

Pontos positivos

Porém, cogu não enxerga somente lados negativos na regulamentação desses torneios. O treinador vê a estabilidade como um fator positivo, mas crê que é um formato bom somente à curto prazo.

“A estabilidade que os times vão ter de jogar é bem maior, porque você não vai acabar se preocupando em como você vai se manter, então eu vejo que à curto prazo é bom, mas ao longo prazo eu não vejo que é tão negócio para as equipes. Mas eu acredito que eles tão começando agora, ainda estão no começo, muita coisa vai mudar, mas eu gosto muito do Lucas Almeida, do Rogério Formiga, (organizadores da CBCS) sei o potencial deles, acho que estão no caminho certo sim”.

Preparação das equipes

A Falkol de cogu está presente tanto no League of Legends quanto no CS:GO. Cogu comparou as duas modalidades e os investimentos que as equipes recebem em cada jogo, tendo em vista uma profissionalização maior.

“É diferente a forma que a gente enxerga o LoL e o CS:GO, a Riot acaba investindo muito aqui no LoL, e então, é muito mais fácil você ver as equipes já com psicólogo, nutricionista, tendo um preparo com os players, e acho que esse preparo é muito importante para como que ele vai se comportar dali para frente, é muito comum a gente ver jogadores que ganham para c******, mas vai ver como se comportam no Twitter, Instagram, e não agem com profissionalismo”, disse.

Cogu finalizou voltando a afirmar que é preciso uma “escolinha” para os jogadores: “E eu acredito que esse é o principal, tem que colocar eles como se fosse numa escolinha para esses jogadores, para eles saberem como vão se comportar em público, e aí em diante. Mas sim, acho que é uma ideia muito boa e espero que dê certo”.

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Victor Hugo Porto
publicado em 5 de agosto de 2019

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