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A Coréia foi alcançada e mais 3 conclusões após o Stage 3 da Overwatch League

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O Stage 3 da Overwatch League acabou no dia 6 com outra vitória da New York Excelsior. Bang “JJoNak” Sung-hyeon deu mais um show de Zenyatta e despachou outro oponente na final, dessa vez por 3 mapas a 0 (com um empate em Indústrias Volskaya).

Mas dessa vez a adversária foi a Boston Uprising, que fez jus ao nome com uma insurreição espetacular e ficou invicta até ser derrotada na final. Los Angeles Valiant e Los Angeles Gladiators, a dupla de LA, completaram os playoffs após movimentações inteligentes na janela de transferências e são promissores para o futuro.

A reta final da OWL está quase chegando. Mas enquanto isso, aqui estão quatro conclusões após o Stage 3 da Overwatch League.

A Coréia foi alcançada (mas a NYXL ainda é a melhor)

Houve um tempo no qual o Ocidente governou com folga o cenário de Overwatch mundial. Jogadores como Timo “Taimou” Kettunen, Lane “Surefour” Roberts e Kevyn “TviQ” Lindström eram considerados os melhores do mundo, enquanto organizações como EnVyUs, Rogue e Misfits reinavam em torneios. O primeiro, por sinal, ganhou a primeira edição da OGN APEX com Kongdoo Uncia e Afreeca Blue pelo caminho, enquanto o segundo derrotou a Lunatic Hai na APAC Premier.

Mas a ameaça coreana sempre estivera ali. Como fizeram no Starcraft e no League of Legends, era apenas uma questão de tempo até ultrapassarem a todos no FPS da Blizzard. E foi justamente o que aconteceu, já na APEX Season 2. Três times ocidentais caíram na fase de grupos, enquanto o então campeão EnVy foi derrubado na segunda fase. Ryu “Ryujehong” Je-hong e companhia venceu os playoffs totalmente coreanos e assim começou o reinado da Coréia.

Avançando para a Overwatch League, a crença era de que Seoul Dynasty, London Spitfire e New York Excelsior liderariam, nessa ordem, a tabela. O desempenho nos torneios pré-OWL e na pré-temporada, somados a movimentações inteligentes no mercado, reforçavam essa ideia. E aconteceu isso, de fato. Mas, com exceção da NYXL  — que ganhou os últimos dois Stages e não demonstra sinais de que está desacelerando — , as duas outras esquadras coreanas estão longe da forma com a qual iniciaram o campeonato.

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Ryu “Ryujehong” Je-hong se mudou para Main Tank para tentar melhorar Seoul (Robert Paul)

Pela primeira vez desde a inauguração da liga, apenas um time completamente coreano se classificou para os playoffs. Isso, ainda por cima, com a adição de mais uma vaga  — quatro agora, quando antes eram três. London e Seoul terminaram a terceira fase com um medíocre placar de cinco vitórias e cinco derrotas, atrás de equipes como San Francisco Shock e Los Angeles Gladiators.

Nova York cita uma tentativa de dar descanso aos jogadores para justificar partidas mais apertadas, mas ao menos eles conseguem finalizá-las. Spitfire e Dynasty, por outro lado, simplesmente não vêm sendo capazes de determinar uma line-up principal em primeiro lugar.

Kim “birdring” Ji-hyeok, DPS estrela dos londrinos, passou a maioria do S3 lesionado e não pôde jogar. Gong “Miro” Jin-hyuk, da Dinastia, não é mais o jogador de antigamente e tem dificuldade em sincronizar com o resto da equipe. Talvez por isso que os dois times estejam passando por tanta dificuldade e, ao mesmo tempo, as Boston Uprising e Los Angeles Valiant da vida estejam ascendendo.

Boston é ótima, na realidade

Antes da Overwatch League começar, houve muitas notícias sobre novos rosters e quem havia sido contratado. Devido a reputação de torneios como APEX e Contenders, certas equipes foram rapidamente classificadas como líderes do pelotão. Outras, por confiar em nomes desconhecidos e sem brilho prévio, foram taxados de piadas. Foi o caso da Boston Uprising.

A maioria esmagadora dos fãs  — e até mesmo dos analistas e figuras públicas do cenário — demonstrou incredulidade com o anúncio dos jogadores supervisionados por Chris “HuK” Loranger. Nomes como Jonathan “DreamKazper” Sanchez e Lucas “NotE” Meissner eram completos estranhos nos olhos da comunidade e, para muitos, ocupariam as vagas de indivíduos melhores.

O grupo estreou e logo percebeu-se que essa não seria a realidade. A dupla de DPS era incrível, com Kwon “Striker” Nam-joo logo se destacando de Tracer, e Non “Gamsu” Young-jin abrindo caminho na role de Main Tank. Eles obviamente eram um trabalho em progresso, mas nos dois primeiros estágios foram capazes de chegar no sexto lugar.

A Boston Uprising fez uma campanha lendária no Stage 3 (Robert Paul)

Na virada para a segunda semana do Stage 3, DreamKazper foi suspenso de forma repentina por assédio. Boston perdeu um dos melhores DPS da liga e, portanto, teve que recorrer ao substituto Stanislav “Mistakes” Danilov para completar a escalação. Era esperado que decaíssem, mas foi precisamente o contrário que aconteceu. Seguindo a Teoria de Ewing, na qual um time melhora ao perder o principal componente, Boston seguiu para ter um Stage perfeito, algo inédito na liga. Derrotou a NYXL logo após o incidente e a partir daí só parou a sequência na final, onde perderam por 3–0 para os nova-iorquinos.

Boston é, na verdade, um grande time. A administração montou o plantel com cuidado, fazendo testes e análises sobre quem se encaixaria melhor. A comissão técnica até agora fez um bom trabalho em desenvolver habilidade e principalmente sinergia e mal dá para esperar para ver o que conseguirão fazer no resto da temporada.

Shanghai não vai terminar sem vitória

A China, em geral, nunca fez grandes coisas no cenário pré-OWL. Mesmo com uma base de jogadores respeitável, organizações originárias do MOBA como Invictus Gaming e Newbee obtiveram resultados modestos em torneios internacionais. Apenas um time da região demonstrou ter a capacidade de bater de frente com o resto do mundo: Miraculous Youngster.

Esperava-se, dessa forma, que a Shanghai Dragons recrutasse os jogadores da potência chinesa, eram eles: Zhang “YangX1aoLg” Zhihao, Huang “leave” Xin, Ma “Lateyoung” Tianbin, Wei “jiqiren” Yansong, Yan “creed” Xiao e He “zhufanjun” Junjian. Mas nem um único deles se juntou a liga, criando dúvidas sobre o futuro da franquia. Eles arranjariam pessoas melhores ou de mesmo nível?

Em suma: muito longe disso. A equipe chinesa trouxe nomes de diversos lugares distintos, como LGD Gaming, Vici Gaming e 1246. Com tantas filosofias de jogo diferentes, não foi possível alcançar o mínimo de sincronia para disputar o torneio. Suportes não viviam o suficiente para defender os tanques, que não conseguiam abrir espaço para os DPS trabalharem.

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Chon “Ado” Gi-hyeon e Lee “Fearless” Eui-seok foram duas ótimas adições para Shanghai (Robert Paul)

Shanghai passou a ser a maior piada entre todos os esports  — e até esportes tradicionais — da atualidade. Eles bateram o recorde de maior sequência de derrotas da história, atualmente com trinta. Nem mesmo as boas exibições de Chao “Undead” Fang e Weida “Diya” Lu foram o bastante para emplacar uma misera vitória. Então, com isso em vista, os coreanos Chon “Ado” Gi-hyeon, Lee “Fearless” Eui-seok, Kim “Daemin” Dae-sim, Kim “Geguri” Se-yeon e o chinês He “Sky” Junjian (antes conhecido como zhufanjun) chegaram para limpar a bagunça.

Há de se admitir que, de início, os Dragões continuaram terríveis. Mas a melhora ao longo do estágio foi palpável  — mesmo utilizando chinês, coreano e inglês para se comunicar —  e, assim, espera-se que consigam ao menos um triunfo antes da temporada acabar. E contra uma Dallas Fuel sem Hyeon “EFFECT” Hwang como primeira adversária, não há ninguém melhor para isso.

A Overwatch League é a liga mais escandalosa dos esports

Os esportes eletrônicos já tiveram muitos escândalos ao longo da história. No League of Legends, times como Tainted Minds e Team Impulse foram multados e banidos por maltrato aos jogadores. No Counter-Strike, houve o episódio com apostas de skins. No Starcraft, indivíduos foram banidos por combinação de resultados. Até no Call of Duty houve rumores de uso de adderall.

Indo para a Overwatch League, esperava-se que esses incidentes fossem evitados. Isso porque a Blizzard desde o início vem implementando uma série de regras para tornar a liga o mais profissional possível. Por exemplo, há inúmeros memes banidos no chat da transmissão do campeonato e jogadores não podem nem mencioná-los. Mas nem essas medidas vêm dando conta.

O técnico Kim “TaiRong” Tae-yeong, inadvertidamente, fez piada com as bombas de Hiroshima e Nagasaki, o que repercutiu negativamente nas redes sociais. Congshan “U4” Chen, da comissão de Shanghai, levou multa por compartilhamento de contas e ainda foi acusado de mau tratamento.

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Jonathan “DreamKazper” Sanchez foi a maior polêmica até hoje na OWL (Robert Paul)

Timo “Taimou” Kettunen, Felix “xQc” Lengyel e Josue “Eqo” Corona foram alguns jogadores que fizeram comentários homofóbicos ou xenofóbicos  — mesmo que sem intenção —  durante stream. Os jogadores de Dallas, ainda, levaram às redes sociais vários problemas internos em vez de tentar resolver problemas internamente.

A Blizzard também suspendeu Son “OGE” Min-seok e Kim “SADO” Su-min por boost de contas  — algo proibido nas regras do jogo. Por último, DreamKazper foi suspenso e posteriormente demitido de Boston por aliciamento de duas menores de idade. Ele era uma estrela em ascensão e jogou a carreira fora.

Com apenas quatro meses desde a inauguração, já dá para dizer que a Overwatch League é a liga mais escandalosa dos esports. Quase tudo que ocorreu nos vinte anos de história dos jogos competitivos já deu as caras na OWL e, nesse ritmo, não vai parar por aqui.

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Rick Birman
publicado em 16 de maio de 2018

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